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Marcas tentam reanimar mercado de cerveja com garrafa retornável

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Por Cibelle Bouças
As maiores cervejarias do país decidiram reforçar a atividade promocional e a oferta de cervejas em garrafas retornáveis. O objetivo das companhias é tentar reaquecer as vendas de cerveja no país, que no segundo trimestre do ano recuaram 2,7%, de acordo com a Nielsen. As garrafas retornáveis chegam aos consumidores a preços de 20% a 30% mais baixos do que as cervejas em lata ou em garrafas de vidro não retornáveis. O custo é mais baixo também para as fabricantes, que reutilizam as garrafas em torno de 20 vezes.
A Ambev, ao mesmo tempo em que informou que fará reajustes nos preços da cerveja, lançou uma promoção neste mês para incentivar a primeira compra da bebida em garrafas retornáveis. Em todo o Brasil, a garrafa de 300 mililitros será vendida a R$ 1,99 – incluindo o líquido e a garrafa. Este costuma ser o preço da retornável sem a embalagem. O objetivo, disse Oscar Sala, diretor de trade market da Ambev, é incentivar a primeira compra da cerveja retornável. A promoção dura até o fim do mês. “As vendas estão melhores do que o esperado, já vendemos 90% do volume que previmos para essa ação e a campanha está na metade”, afirmou Sala.
As vendas de cervejas em garrafas retornáveis de 300 mililitros da Ambev cresceram mais de dois dígitos no segundo trimestre e a companhia quer ampliar as vendas dessas linhas, que respondem hoje por 25% do volume comercializado no varejo.
A Ambev também começa a instalar neste mês 50 máquinas para coleta de garrafas retornáveis vazias em redes de supermercados e hipermercados. A cervejaria investiu R$ 1,5 milhão no desenvolvimento dessa nova máquina, que será produzida pela brasileira Score Group. Em 2016, a Ambev importou equipamentos da norueguesa Tomra para coleta das garrafas. Ao todo, foram instaladas 900 máquinas importadas, ao custo de US$ 10 mil por máquina. Até o fim de 2017, a companhia espera instalar 500 equipamentos nacionais pela metade desse custo.
A Ambev ainda desenvolveu uma cesta para facilitar o transporte da cerveja do supermercado para a casa do consumidor. “Notamos que consumidores tinham dificuldades para transportar o produto e armazená-lo em casa. Essa cesta já é vendida em 11 redes de supermercados regionais e o Carrefour. Em setembro, o vasilhame estará disponível nas redes do Grupo Pão de Açúcar.
A Heineken e o Grupo Petrópolis, também reforçam a oferta de garrafas retornáveis, mas não falam em reajustar preços, seguindo a líder de mercado. O Grupo Petrópolis, dono da Itaipava, informou que “não tem previsão fechada sobre aumento de preços”. A Heineken não quis comentar sobre sua política de preços.
A Heineken realiza, entre agosto e setembro, uma promoção nacional para as marcas Schin, Devassa, Glacial e No Grau, na qual os consumidores podem trocar tampas premiadas por outras cervejas da mesma marca e tamanho. A promoção prevê a distribuição de 3 milhões de garrafas em 300 mil pontos de venda. A Heineken pretende, com isso, ampliar em 20% as vendas das cervejas em garrafas retornáveis até o fim da promoção.
Essa é a primeira ação desenvolvida pela companhia com marcas da Brasil Kirin, que a Heineken adquiriu em fevereiro deste ano. A lista inclui Schin, Devassa, Baden Baden, Eisenbahn, Glacial, Cintra e No Grau. No segundo trimestre do ano, a Heineken reportou crescimento de dois dígitos nas vendas da Heineken e da Amstel, e queda em rótulos populares como Kaiser e Sol. As marcas da Brasil Kirin encolheram 37,8% no período.
O Grupo Petrópolis, por sua vez, triplicou nos últimos 12 meses a distribuição das garrafas retornáveis da Itaipava. A companhia informou que suas vendas de retornáveis cresceram 91% nos últimos 12 meses, enquanto a categoria de embalagens não retornáveis aumentou 11,2% em volume. O grupo colocou no ar em julho uma campanha publicitária em TV aberta, para promover suas linhas de Itaipava retornáveis.
 
Fonte: Valor Econômico

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